O amoroso Pai divino está profundamente interessado em restaurar as famílias na Terra, pois ele compreende que uma igreja forte é construída sobre uma família sólida. O diabo, por sua vez, está ciente disso e investe seus esforços na desestruturação das famílias, mirando especialmente nas cabeças dos lares. É como numa luta, onde um adversário inteligente sabe que atingir a cabeça do oponente deixa todo o corpo vulnerável, sem controle e, inevitavelmente, enfraquecido.
Atualmente, muitas famílias vivem sem a presença paterna. Homens são mais propensos a acidentes de trânsito, brigas, uso de drogas, e têm uma maior taxa de prisões em comparação às mulheres. No contexto dos relacionamentos, os homens têm a árdua missão de estabelecer o Reino de Deus em seus lares. Mas o que significa esse Reino, como ele é formado e como é implantado? Ele é o mesmo Reino mencionado na oração ensinada por Jesus, quando nos disse para pedir: “…venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu…” (Mateus 6:10). Este Reino é um lugar de justiça, paz e alegria no Espírito Santo, onde não há espaço para gritos, violência, ciúmes excessivos, falta de controle, desamor. Ele vai além de comida e bebida (Romanos 14).
Não adianta apenas encher nossas casas com alimentos e produtos para nossos filhos, se não estamos dispostos a investir nosso tempo, amizades e sair da nossa zona de conforto para estar presente na vida deles. Chegou o momento em que simplesmente orar pelos filhos não é suficiente; é crucial orar com eles. Eles precisam de um modelo a seguir, alguém que os guie na fé. Podem até escutar nossos conselhos, mas certamente seguirão nossos exemplos.
Por que afirmo que os homens têm a tarefa mais difícil nos relacionamentos de uma só carne? Porque Deus nos instruiu a amar nossas esposas da mesma forma que Cristo amou sua igreja, sacrificando-se por ela (Efésios 5). Às esposas, cabe a responsabilidade de serem submissas a seus maridos. Uma mulher verdadeiramente amada, cuidada e protegida será naturalmente submissa. Assim como no Éden, Deus cobrará do homem a responsabilidade espiritual por sua família, mesmo que esteja fisicamente presente ou não. E à esposa, cabe auxiliar o homem nesse papel sacerdotal.
Dentro da família, é dever do homem remover os “detritos” espirituais e físicos, assim como levar o lixo para fora de casa para que os coletores o recolham. No âmbito espiritual, isso significa afastar os comportamentos e atitudes prejudiciais, como brigas, consumo de álcool e tabaco, palavras maldosas, falta de amor, desinteresse, uso excessivo da internet e da televisão, entre outros. Esta missão é do homem, o sacerdote do lar, enquanto a mulher deve zelar pela limpeza do ambiente onde esse “lixo” costumava estar. É responsabilidade de toda a família manter esse espaço limpo e saudável.
Não podemos negligenciar nossa família; nenhum sucesso na vida tem significado se falharmos em nosso papel mais importante e sagrado: o de sermos um só corpo. Não adianta sermos uma bênção na igreja se somos uma maldição dentro de casa. Antes de tentarmos alcançar o mundo com nossa mensagem, devemos primeiro amar nossa própria família. Uma das formas mais genuínas de amor é renunciar a nós mesmos e nos sacrificarmos pelo bem do próximo. Não há demonstração maior de amor do que dar a própria vida por nossos entes queridos. Toda a mensagem divina se resume em amar a Deus acima de tudo e ao nosso próximo como a nós mesmos. E, em nossa jornada, não há ninguém mais próximo de nós do que nosso cônjuge e filhos.
Portanto, antes de estendermos nossos esforços ao mundo, devemos concentrar nossa atenção e amor em nossa família. Uma família amada, fundamentada no Senhor, serve como um farol para orientar e amar outras famílias. Infelizmente, temos testemunhado a destruição de muitos lares, com famílias formadas sem a presença paterna. Não podemos ignorar que, mesmo que não acredite em Deus, o homem é uma autoridade estabelecida por Ele em sua família. Homens, muitas vezes, por teimosia, têm causado sofrimento às mulheres, esquecendo que a verdadeira autoridade não é conquistada pela força física, mas sim pelo amor. Jesus exemplificou isso para nós ao conquistar toda autoridade através do sacrifício e amor incondicional, morrendo por nós na cruz.
Quando éramos solteiros, vivíamos de uma maneira, mas ao nos casarmos e formarmos uma família, começamos a nos dedicar para dar vida a essas pessoas, que não são fracas, mas sim vulneráveis e dependentes de nossa proteção. Estamos dispostos a abrir mão de nossos confortos, reduzir nossas próprias necessidades, sofrer para que eles sofram menos. Esta é a missão de todo cristão: morrer para si mesmo e dar vida aos outros. E não precisamos temer, pois aqueles que têm Jesus têm uma vida abundante e plena. Vivamos essa vida abundante de Deus em nossas famílias, de forma completa, sublime e constante, em Cristo Jesus.
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Autor: Rudney